A ilusão do controle - The illusion of control




Será que realmente temos controle sobre nossas escolhas? O que mostrarei aqui é algo que dará uma confusão em sua mente. Vou mostrar como nenhuma consciência tem controle efetivo sobre suas escolhas.

Primeiro vamos analisar o nosso conhecido livre-arbítrio.

                Temos um pequeno problema com a definição do termo livre-arbítrio, pois ele está em uma confusão profunda com a palavra "livre" em sua definição.

         Para mostrar isso, separei TODAS as definições do livre-arbítrio que são encontradas em TODOS os dicionários da língua portuguesa:

  1. faculdade de tomar decisões segundo a própria vontade.
  2. Faculdade da vontade para se determinar.
  3. Poder ou possibilidade de tomar decisões seguindo somente o próprio discernimento.
  4. Que age por si mesmo; independente.
  5. Resolução dependente somente da vontade.
  6. A “possibilidade de decidir, escolher em função da própria vontade, isenta de qualquer condicionamento, motivo ou causa determinante”.
  7. “Possibilidade de exercer um poder sem outro motivo que não a existência mesma desse poder”
  8. Vontade, talante.
  9. Poder, faculdade de decidir, de escolher, de determinar, dependente apenas da vontade.
  10. Faculdade do homem de determinar-se a si mesmo.
  11. “Refere-se o livre-arbítrio principalmente às ações e à vontade humana, e pretende significar que o homem é dotado do poder de, em determinadas circunstâncias, agir sem motivos ou finalidades diferentes da própria ação”.

Temos então dois significados básicos para a palavra "livre" do livre-arbítrio analisando estas definições:
1. Livre-arbítrio lógico.
Se refere à liberdade da vontade em se estabelecer, sem existir nenhuma forma de coação que evite que escolha em questão seja determinada somente pelo que a pessoa é. 
       Um exemplo disso seria quando alguém não é forçado a fazer algo, direta ou indiretamente como quando escolhemos o sabor de um sorvete. Esta escolha é livre (na maioria das vezes), pois ninguém está forçando a escolha de um determinado sabor. Porem, se existir aquele sentimento de medo em escolher errado gerando um arrependimento futuro, não seria mais uma escolha livre, mas sim uma escolha com uma auto-coação.
  1. Livre-arbítrio não lógico:
Se refere a uma escolha que ocorra totalmente ao acaso, um evento sem uma causa e que não pode ser explicado logicamente.
Neste caso não é possível um exemplo pois nada neste universo ocorre ao acaso, sem uma explicação.
Se observarmos as definições encontraremos muito mais evidente o primeiro significado de livre-arbítrio lógico do que para o livre-arbítrio não lógico. O problema está exatamente ai. Para a maioria das pessoas, o livre-arbítrio não lógico é o que representa esta parte “livre” do termo livre-arbítrio.
A primeira definição deixa claro que, quando não existe coação na vontade que leva efetivamente a escolha temos o livre-arbítrio lógico atuando plenamente. Em contrapartida temos outra visão que sugere à escolha como um evento ao acaso, que não pode ser explicado.
Precisamos deixar aqui claro que temos duas visões totalmente diferentes do livre-arbítrio, ambíguas, contraditórias. Se nossas escolhas dependem da vontade livre lógica, do que depende esta vontade?
Porem, se o livre-arbítrio depende de um evento ao acaso, qualquer um poderia ter a vontade de fazer qualquer coisa.
Segundo a definição do determinismo, tudo o que está acontecendo seria a sequência de uma corrente de eventos, um efeito dominó de todas as nossas características, situações, aprendizados durante a vida. Estaríamos então presos em uma corrente de acontecimentos e absolutamente tudo seria um efeito de sua respectiva causa, inclusive nossos pensamentos e sentimentos.
Por outro lado, temos a definição de indeterminismo onde alguns eventos poderiam acontecer sem um evento anterior, sem uma causa existente. Muitas pessoas, mesmo sem terem pensado sobre isso anteriormente acreditam que o que realmente acontece na prática seria a junção de determinismo e indeterminismo, o que seria conhecido como compatibilismo. O compatibilismo é a crença de que não há verdadeiramente conflito entre determinismo (livre-arbítrio lógico) e indeterminismo (livre-arbítrio não lógico) e sim uma mutua ação de ambas.
                Independente de não existir meios de conjecturarmos logicamente como poderia existir um evento sem causa (livre-arbítrio não lógico), vamos considerar uma escolha tendo sido feita totalmente por ele.
                Vamos criar uma situação hipotética onde temos uma escolha simples, uma escolha entre A e B. 
              Se alguém escolhesse B utilizando somente o livre-arbítrio não lógico, qual seria o controle desta sua escolha se ela foi determinada por um evento sem causa, que simplesmente pipocou em sua mente? Este seria o Indeterminismo agindo.
                 No outro cenário, se levarmos em conta o livre-arbítrio lógico, teríamos a escolha determinada pela vontade sem nenhum fator que exerça coação a esta vontade, apenas a vontade em si, como resultado do que a pessoa é como um todo.
Mas o que gera a vontade se não um resultado do que somos, nossa educação, temores, valores, genética, evolução espiritual? Teríamos controle sob esta escolha? Isto não seria o próprio determinismo?
                O curioso é que o livre-arbítrio é definido como uma mistura entre Determinismo e o Indeterminismo, gerando o próprio Compatibilismo.
                Muitos acreditam que na prática o que ocorra seja exatamente isto, uma mistura dos dois. Em grande parte a escolha seria determinada como um resultado do que a pessoa é (a sua vontade) e uma pequena parte como um evento ao acaso.
Assim, em nenhuma destas formas de livre-arbítrio existe o real controle da escolha e a mistura destas duas formas de livre-arbítrio logicamente não definiriam nenhum controle sobre as nossas escolhas.
Desta forma, independente de como uma consciência interprete o livre-arbítrio, ela nunca terá o controle sobre suas escolhas, pois se a escolha ocorre por um evento ao acaso, não se tem controle sobre a escolha em si. No caso da escolha ocorrer devido à vontade, também não se tem este controle, pois esta vontade é apenas um resultado de uma complexa sequência de acontecimentos sucessivos.
"Cada consciência neste universo é e sempre será o melhor que pode ser, um resultado da manifestação de si própria".
 English Version (:-0)

Do we really have control over our choices? What show here is something that will make a mess in your mind. I will show how consciousness has no effective control over their choices.

First we analyze our free will known.

                We have a small problem with the definition of free will, because he is in a deep confusion with the word "free" in its definition.

         To show this, separated ALL the definitions of free will that are found in ALL of Portuguese dictionaries:
1.faculdade to make decisions at will.
2.Faculdade to determine the will.
3.Poder or ability to make decisions following only its own discernment.
4.What act for yourself; independent.
5.Resolução dependent only on the will.
6.The "possibility to decide, to choose according to their own will, free from any conditioning, determining cause or reason."
7. "Ability to exercise power without a reason other than the very existence of that power"
8.Vontade, own discretion.
9.Poder, power to decide, to choose, to determine, solely dependent on the will.
10.Faculdade determined man himself.
11. "Refers mainly free will and actions to the human will, and meant that man is endowed with the power, in certain circumstances, act without motives or purposes other than the action itself."




We then have two basic meanings for the word "free" in free agency analyzing these definitions:




One. Freewill logical.

For the freedom of the will in establishing, without there being any form of coercion that prevents choice in question is determined solely by what the person is.

       An example would be when someone is forced to do something, either directly or indirectly as when we choose the flavor of ice cream. This choice is free (mostly) because nobody is forcing the choice of a particular flavor. However, if there is that feeling of fear in choosing wrong generating a repent future, no longer be a free choice, but a choice with a self-constraint.

2.Livre will not logical:

Refers to a choice that takes place entirely at random, an event without a cause and that can not be explained logically.

In this case there is a possible example for nothing in this universe occurs haphazardly, without an explanation.

If we look at the definitions we find much more evident the first meaning of free will than logical for free will not logical. The problem is exactly al. For most people, free will is not logical that this part is "free" of the term free will.

The first definition makes it clear that when there is no coercion in the will that effectively takes the choice we have free will acting fully logical. Conversely have another view suggests that the selection as an event at random, which can not be explained.

We must make it clear that we have two totally different visions of free will, ambiguous, contradictory. If our choices will depend on the free logic, which depends on this desire?

However, if free will depends on a random event, anyone could have the will to do anything.

According to the definition of determinism, everything is going to be following a chain of events, a domino effect of all our characteristics, situations, learning throughout life. Then we would be stuck in a chain of events and absolutely everything would be an effect of their respective causes, including our thoughts and feelings.

On the other hand, we have the definition of indeterminism where some events could happen without a previous event without a cause exists. Many people, even without having thought about it previously believe what really happens in practice would be the junction of determinism and indeterminism, which would be known as compatibilism. Compatibilism is the belief that there truly is conflict between determinism (free will logic) and indeterminism (freewill logical not) but a mutual action of both.

                There is no independent means of conjecturarmos logically could exist as an event without a cause (free will not logical), let us consider a choice having been made entirely by him.

                Let's create a hypothetical situation where we have a simple choice, a choice between A and B.

              If someone chooses B using only the free will of course, which would control this choice if it was determined by an event without a cause, that simply popped into your mind? This would be the acting Indeterminism.

                 In another scenario, if we take into account the free will of course, we would have the choice determined by the will without any coercion factor that exercises this will, only the will itself, as a result of which the person is as a whole.

But what generates the will is not a result of what we are, our education, fears, values, genetic, spiritual evolution? We would have control over this choice? This would not be the very determinism?

                The curious thing is that free will is defined as a mix between Determinism and Indeterminism, generating their own Compatibilism.

                Many believe that what happens in practice is exactly that, a mixture of the two. In much the choice would be determined as a result of which the person is (your choice) and a small part as a random event.

Thus, in none of these forms of free will is the real choice and control of the mixture of these two forms of free will logically not define any control over our choices.



Thus, regardless of how one interprets conscious free will, she will never have control over their choices, because if the choice by an event occurs at random, one has no control over the choice itself. In the case of choice due to occur will also not have this control, as this will is only a result of a complex sequence of successive events.

"Each consciousness in this universe is and always will be the best it can be, a result of the manifestation of itself."

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1 comentários:

comentários
Anônimo
13 de dezembro de 2012 às 16:04 delete

Olá Raphael. Parabéns pelas postagens!
Gostei muito de todos os textos. O seu modo de escrever, sem "rodeios", indo direto ao ponto, os exemplos, etc; fantástico!
Continue este trabalho! Abços, paz e luz!

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